Breve História das Motos
A história das motos é uma jornada emocionante que começou no final do século XVIII, muito antes que a primeira moto fosse inventada na Alemanha.
Sim, a gente sabe que é muita pretensão colocar em um só artigo mais de 100 anos de história, com coisas acontecendo o tempo todo e simultaneamente.
Como uma semente que germina e cresce, o motociclismo evoluiu de um simples meio de transporte para um esporte apaixonante e um estilo de vida que conquistou milhões de pessoas ao redor do mundo.
Vamos fazer aqui uma passagem rápida através do tempo, que vai dos experimentos iniciais até a industrialização com a incorporação dos componentes eletrônicos. Ajuste o capacete e boa viagem!
Do Celerífero ao Motociclo
A evolução do celerífero ao motociclo é uma jornada fascinante que marca o nascimento das motos como as conhecemos hoje. Tudo começou em 1790, quando o Conde francês de Sivrac criou o celerífero, uma espécie de bicicleta de madeira sem pedais ou guidão. Imagine uma tábua de madeira com duas rodas, onde o “piloto” se sentava e se impulsionava com os pés no chão.
O celerífero era difícil de controlar, pois só andava em linha reta. Era como tentar dirigir um carro sem volante. Mas foi o primeiro passo para a revolução das duas rodas.
Em 1817, o Barão Drais deu o próximo passo importante ao aperfeiçoar o celerífero, adicionando um garfo à roda dianteira. Esta invenção, chamada de Draisiene em sua homenagem, permitia que o veículo fizesse curvas.
O grande salto veio em 1861, quando os franceses Pierre Michaux e seu filho Ernest, de apenas 14 anos, construíram o velocípede. Eles adaptaram pedais à roda dianteira, criando a primeira bicicleta com tração própria.
Mas o conforto ainda era um problema. As rodas de madeira, ferro ou borracha maciça faziam a viagem parecer uma tortura. Então em 1887 o veterinário escocês John Boyd Dunlop resolveu esse problema inventando … o pneu!
Ele criou um tubo de borracha oco, preso à roda e inflado com ar. Isso permitiu que as bicicletas ficassem confortáveis pela primeira vez.
Em paralelo, outra iniciativa estava acontecendo. Desde 1869 tanto o norte-americano Sylvester Roper quanto o Francês Louis Perreaux já fabricavam um tipo de bicicleta equipada com motor a vapor.
Eles nem sequer se conheciam mas cada um pesquisava em seu próprio país. Na época, os navios e locomotivas já utilizavam o motor a vapor tanto na Europa como nos Estados Unidos.
As experiências para adaptar um motor a vapor em veículos leves foram se sucedendo e continuaram até 1920, quando foram abandonadas definitivamente.
O passo final para o nascimento da motocicleta veio em definitivo com a invenção do motor de combustão interna.
Em 1885, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach criaram a Daimler Reitwagen, considerada a primeira motocicleta do mundo, com um motor de 264 cm³.
Assim, em menos de um século, passamos de uma tábua de madeira com rodas a uma máquina motorizada capaz de se mover sozinha. O celerífero evoluiu para o velocípede, que por sua vez deu origem à motocicleta, transformando para sempre a forma como nos movemos sobre duas rodas.
Primeiras Décadas das Motos
A jornada das motos, desde a Daimler Reitwagen até o final dos anos 1940, foi como uma criança aprendendo a andar e depois a correr. Tudo começou em 1885, quando Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach criaram a Daimler Reitwagen, considerada a primeira motocicleta do mundo. Esta máquina pioneira era movida por um motor de 264 cm³ que produzia meio cavalo de potência a 700 rotações por minuto.
A Reitwagen era uma criação curiosa, mais parecida com uma bicicleta de madeira com motor do que com as motos que conhecemos hoje. Seu motor era tão compacto e leve que parecia um relógio de bolso gigante, pesando cerca de 60 quilos. Andar em uma máquina dessas ainda era como tentar equilibrar-se em um cavalo de pau motorizado.
Nos anos seguintes, as motos evoluíram rapidamente. Em 1894, a primeira fábrica de motos foi criada na Alemanha. A Hildebrand & Wolfmüller começou a produzir motos em série, vendendo 200 unidades em seu primeiro ano.
No início do século 20, a Europa já contava com mais de 40 fábricas de motos espalhadas pelo continente. As motos estavam se tornando cada vez mais populares, como um novo brinquedo que todos queriam ter. Nos Estados Unidos, embora em menor número, também surgiram montadoras.
Entre os anos de 1927 a 1940, a velocidade das motos deu um salto. A moto mais rápida do mundo nesse período atingia impressionantes 180 km/h.
Assim, de 1885 até o final dos anos 1940, as motos evoluíram de experimentos curiosos para máquinas sofisticadas e versáteis. Elas passaram de brinquedos de inventores para ferramentas essenciais na guerra e, finalmente, para símbolos de liberdade e aventura.
Inovações e a Era Moderna
Nos anos 1950 o motociclismo deu um salto como se fosse um foguete decolando. As motos japonesas entraram em cena, trazendo inovações que sacudiram o mercado como um terremoto. A Honda CB750, lançada em 1969, foi uma verdadeira revolução sobre duas rodas, com seu motor de 4 cilindros em linha e freios a disco dianteiros.
Nas décadas de 1960 e 1970, as motos ganharam músculos. O foco estava na performance e na velocidade, com modelos esportivos que rugiam nas pistas. As marcas japonesas como Honda, Yamaha e Suzuki se tornaram populares.
Os anos 1980 e 1990 trouxeram uma explosão de tecnologia. As motos ficaram mais leves e resistentes. A eletrônica invadiu o mundo das duas rodas, com sistemas de injeção eletrônica e freios ABS tornando as motos mais inteligentes e seguras.
No Brasil, a década de 1970 foi um divisor de águas. A Honda CG 125, lançada em 1976, conquistou as ruas brasileiras e se tornou comum nas grandes cidades.
Chegando aos anos 2000, as motos se transformaram em verdadeiros laboratórios ambulantes, incorporando injeção eletrônica, acelerador eletrônico, controle de tração e diferentes modos de pilotagem. Foi a tecnologia tornando as motos mais rápidas e mais seguras.
A Primeira Corrida de Motos
A primeira corrida de motociclismo aconteceu em 29 de novembro de 1897, em Surrey, um subúrbio de Londres, na Inglaterra. Essa corrida, batizada de “Motorcycle Scrambles”, foi o ponto de partida para o que viria a se tornar um esporte apaixonante e cheio de adrenalina.
Imagine a cena: motos primitivas, barulhentas como tratores, fracas e instáveis, alinhadas para uma disputa que mudaria o rumo da história. Os pilotos, muito corajosos, estavam prontos para enfrentar o desconhecido.
Naquela época, as motos eram pouco mais que bicicletas com motores acoplados. Tinham problemas crônicos como a ignição que falhava frequentemente.
Os ingleses, apaixonados por essas máquinas barulhentas, organizaram esse evento que seria o embrião do motociclismo competitivo. Foi como plantar uma semente que cresceria para se tornar uma árvore frondosa de emoções e desafios.
Essa primeira corrida aconteceu apenas 12 anos após a invenção da primeira moto por Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach, em 1885.
O espírito competitivo e a paixão pela velocidade logo conquistaram o público. As corridas eram eventos improvisados, movidos mais pela emoção do que pela técnica, com derrapagens perigosas e disputas acirradas.
Essa primeira corrida abriu caminho para eventos mais estruturados. Logo, os fabricantes de bicicletas começaram a se aventurar no mundo das motos, vendo nele um novo mercado promissor.
Assim, a primeira corrida de motos foi mais que uma simples competição. Foi o nascimento de uma paixão que se espalharia pelo mundo como fogo em palha seca, criando uma cultura, um estilo de vida e um esporte que, até hoje, faz o coração de milhões de pessoas acelerar no mesmo ritmo dos motores.
O Impacto da 1ª Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial foi um marco na história do motociclismo, transformando as duas rodas em verdadeiras máquinas de guerra. Como um exército de formigas mecânicas, mais de 80.000 motocicletas foram mobilizadas durante o conflito, provando seu valor em um cenário onde cada segundo contava.
As motos se tornaram os cavalos de aço do século XX, cumprindo funções vitais no campo de batalha. A Triumph se destacou nessa função, tornando-se a mensageira confiável das tropas britânicas.
Mas as motos não se limitaram a ser simples carteiros. Elas foram conectadas aos sidecars equipados com metralhadoras Vickers com as quais o Exército Britânico criou uma unidade especial, o Motor Machine Gun Service.
As motos também se tornaram ambulâncias improvisadas, com sidecars adaptados para transportar feridos.
A demanda militar impulsionou a produção de motos. Nos Estados Unidos, a Indian liderava o mercado, produzindo mais de 20 mil motos por ano. A Harley-Davidson, sua grande rival, também entrou na corrida, fornecendo motos para as forças aliadas.
O Impacto da 2ª Guerra Mundial
Mas foi a Segunda Guerra Mundial que transformou as motos em verdadeiras máquinas de guerra e desta vez o impacto foi ainda maior.
Durante o conflito, as motos se tornaram essenciais para os exércitos. A Harley-Davidson, por exemplo, produziu cerca de 90.000 motos para o esforço de guerra, sendo que 30.000 foram emprestadas para a Rússia.
A Harley-Davidson WLA, apelidada de “A Libertadora”, tornou-se um símbolo de liberdade. Essas motos ficavam à frente dos comboios militares, escoltando a Segunda Divisão Blindada “Hell on Wheels” do general George S. Patton, que libertou boa parte da Europa ocupada, anunciando a chegada das forças aliadas.
Do outro lado do conflito, a BMW não ficava atrás. A BMW R75, com seu sidecar permanente e tração nas três rodas, era como um tanque em miniatura. Tão versátil e eficaz que até a China comunista, mais tarde, produziu uma réplica chamada Chang Jiang CJ750.
As motos não eram apenas veículos de combate, mas verdadeiras faz-tudo do exército. Eram usadas para transporte de mensagens, reconhecimento, logística leve e até como ambulâncias improvisadas.
As políticas do pós-guerra trouxeram desafios para as marcas americanas como Harley-Davidson e Indian, que tiveram que se readaptar. Afinal, enquanto as americanas esperavam para comprar matérias-primas, as marcas europeias e britânicas aproveitaram para entrar no mercado com motos mais leves e baratas.
O legado da Segunda Guerra Mundial no motociclismo é inegável. As inovações tecnológicas desenvolvidas durante o conflito impulsionaram a indústria e a cultura militar foi a base da hierarquia dos moto clubes.
Após as guerras, o excedente de motos militares inundaram o mercado civil. Muitos veteranos gostavam das máquinas que os acompanhavam no front, e compraram essas motos excedentes.
Estas motos militares, despidas de seus equipamentos de guerra, deram origem às motos “Chopper” e contribuíram para a consolidação da nova cultura motociclística durante a década de 1950.
Nós contamos a história das motos usadas nas guerras, em que países foram produzidas e o que significaram para as marcas que as fabricaram.
A Revolução das Scooters no Pós-Guerra
A Segunda Guerra Mundial deixou a Europa em frangalhos, como um quebra-cabeça desmontado. Mas, como uma fênix que renasce das cinzas, a Itália encontrou nas scooters uma forma de se reerguer e se locomover novamente.
Imagine a cena: cidades destruídas, estradas esburacadas e uma população sem dinheiro para carros. Foi nesse cenário que as scooters entraram em campo.
A Piaggio, que antes fazia aviões de guerra, decidiu trocar as asas por rodas. Em 1946, lançou a primeira Vespa, um veículo pequeno e econômico, perfeito para navegar pelas ruas estreitas das cidades italianas. O nome “Vespa” veio do barulho do motor, que lembrava o zumbido … de uma vespa!
Não muito longe dali, em Milão, a Lambretta entrou na disputa. Ferdinando Innocenti, dono de uma fábrica de tubos de aço, viu nas scooters uma oportunidade para aumentar a produção dos seus tubos.
As scooters viraram febre entre os jovens italianos. Eram seis vezes mais baratas que um carro da Fiat e muito mais estilosas.
O sucesso foi tão grande que conquistaram o mundo. A Vespa, por exemplo, já tinha mais de 17 milhões de unidades rodando pelo planeta quando completou 60 anos.
As scooters não eram apenas meios de transporte, mas símbolos de liberdade e estilo. Na Inglaterra dos anos 60, foram retratadas em filmes e viraram ícones da subcultura Mod, que eram adversários dos Cafe Racers.
Essas pequenas motocas motorizadas não apenas ajudaram a reconstruir a Itália, mas também se tornaram embaixadoras do estilo italiano pelo mundo.
As scooters eram como cartões-postais vivos, levando um pedacinho da “dolce vita” italiana para todos os cantos do planeta.
Evolução das Motos Esportivas
A evolução das motos esportivas e das competições desde os anos 1950 até os dias atuais é uma história de velocidade, inovação e paixão, como uma corrida emocionante que se estende por décadas.
Nos anos 1950, as motos esportivas começaram a ganhar força. A racionalização no desenvolvimento de motos de corrida abriu portas para mudanças radicais no design. Marcas como NSU e Moto Guzzi lideraram essa revolução, criando máquinas que pareciam ter saído de filmes de ficção científica.
A década de 1960 viu o nascimento de ícones como a Honda CB750, lançada em 1969, trazendo inovações como o motor de quatro cilindros em linha e freios a disco, que se tornariam padrão nas décadas seguintes.
Os anos 1970 e 1980 foram a era de ouro das motos esportivas. Modelos como a Kawasaki Z1 e a Suzuki GSX-R trouxeram níveis de desempenho e aerodinâmica nunca vistos antes.
No Brasil, a evolução foi interrompida por uma década devido à proibição de importações em 1976. Quando a Honda relançou a CBX750F em 1986, foi como se tivéssemos pulado direto para o futuro. A moto trazia inovações como aro 16 na dianteira, sistema anti mergulho na suspensão (altera a quantidade de carga que passa pelas molas e, como resultado, o passo do veículo) e mono amortecedor pro-link.
As competições também evoluíram rapidamente. O Campeonato Mundial de Superbikes, iniciado em 1988, trouxe uma nova era de corridas com motos derivadas de modelos de rua. A Honda RC30 dominou as primeiras temporadas.
Nos anos 1990 e 2000, a tecnologia deu um salto quântico. A eletrônica invadiu as motos esportivas, trazendo sistemas como controle de tração, ABS e modos de pilotagem.
Chegando aos anos 2010 e 2020, as motos esportivas se tornaram verdadeiros computadores sobre duas rodas. Modelos como a Ducati Panigale V4 e a BMW S1000RR incorporaram tecnologias derivadas diretamente das pistas de MotoGP, como asas aerodinâmicas e sistemas de controle eletrônico ultra sofisticados.
Ao longo dessas décadas, as competições de motociclismo se tornaram um espetáculo global.
O MotoGP, evolução do antigo Campeonato Mundial de Motovelocidade, se estabeleceu como o ápice do esporte, com pilotos como Valentino Rossi e Marc Márquez se tornando ícones mundiais.
Não podemos deixar de citar o Isle of Man TT, considerada a mais icônica e perigosa corrida de motos do mundo que acontece desde 1907 e se tornou a mais importante arena para os apaixonados por velocidade e que desafiam a morte a cada nova edição.
Evolução das Roadster
As motos roadster, também conhecidas como “naked bikes” ou “standard bikes”, evoluíram significativamente desde os anos 1950 até os dias atuais, adaptando-se às necessidades e desejos dos motociclistas.
Nos anos 1950 e 1960, as roadsters eram o padrão da indústria motociclística. Eram motos simples e versáteis. A Triumph Bonneville, lançada em 1959, tornou-se um ícone dessa era, com seu motor paralelo de 650cc e estilo clássico.
A década de 1970 viu o surgimento de roadsters mais potentes e sofisticadas. A Honda CB750, lançada em 1969, foi uma verdadeira revolução, trazendo um motor de quatro cilindros em linha que se tornaria o padrão para muitas roadsters futuras.
Nos anos 1980, as roadsters começaram a perder espaço para as motos esportivas carenadas. No entanto, modelos como a Suzuki Katana, lançada em 1981, mantiveram a chama das roadsters acesa, combinando o estilo com linhas futuristas.
A década de 1990 viu um renascimento das roadsters. Motos como a Ducati Monster, lançada em 1993, trouxeram de volta o charme das naked bikes, mas com um toque moderno e agressivo.
Nos anos 2000, as roadsters abraçaram a tecnologia. Modelos como a Yamaha MT-01, com seu motor V-twin de 1670cc, mostraram que as roadsters podiam ser tão potentes quanto qualquer moto esportiva, mas com uma posição de pilotagem mais confortável.
Chegando aos anos 2010 e 2020, as roadsters se tornaram verdadeiras obras de arte tecnológicas. Motos como a BMW S1000R e a Ducati Streetfighter V4 incorporaram tecnologias derivadas das pistas de corrida, como controle de tração, ABS cornering (sistema que ajuda a estabilizar a moto durante as curvas, mantendo a tração e o controle) e modos de pilotagem ajustáveis.
Hoje, as roadsters modernas oferecem um equilíbrio perfeito entre desempenho, conforto e estilo. São capazes de enfrentar o trânsito urbano durante a semana e pegar estradas nos fins de semana. Modelos como a Triumph Speed Triple e a KTM 1290 Super Duke R são exemplos de como as roadsters evoluíram para se tornar máquinas de alta performance, sem perder a essência que as tornou populares há décadas.
Evolução das Touring
A evolução das motos para viagem, também conhecidas como touring bikes, desde os anos 1950 até os anos 2020, é uma jornada fascinante de conforto, tecnologia e aventura. Aprimorando seu equipamento a cada nova geração, essas motos se transformaram para atender às necessidades dos motociclistas de longa distância.
Nos anos 1950, as motos para viagem eram essencialmente versões modificadas de modelos padrão, como a Harley-Davidson Hydra-Glide. Essas motos eram como cavalos de ferro, robustas e confiáveis, mas com poucas comodidades para longas jornadas. Os motociclistas muitas vezes improvisavam, adicionando bolsas de couro e para-brisas para melhorar o conforto.
A década de 1960 viu o surgimento de motos mais especializadas para viagens. A Honda CB450, lançada em 1965, foi uma das primeiras a oferecer um equilíbrio entre desempenho e conforto para longas distâncias.
Os anos 1970 trouxeram uma revolução com o lançamento da Honda Gold Wing em 1975. Esta moto era como um sofá sobre rodas, oferecendo um nível de conforto e suavidade sem precedentes. Com seu motor boxer de quatro cilindros e design focado em viagens longas, a Gold Wing estabeleceu um novo padrão para as motos touring.
Na década de 1980, as motos para viagem embarcaram tecnologia. A BMW K100LT, lançada em 1986, introduziu inovações como freios ABS, uma primazia para motos de produção em massa.
Os anos 1990 e 2000 viram uma diversificação das motos para viagem. Surgiram as adventure touring, como a BMW R1150GS, que combinavam o conforto das touring bikes com a capacidade de enfrentar estradas não pavimentadas.
Chegando aos anos 2010 e 2020, as motos para viagem adicionaram mais tecnologias. Modelos como a BMW K1600GTL e a Honda Gold Wing atual oferecem sistemas de navegação integrados, controle de tração, modos de pilotagem ajustáveis e até airbags.
Hoje, as motos para viagem são mais diversificadas do que nunca. Desde as tradicionais full-dressers como a Harley-Davidson Ultra Limited, até as sport-tourings como a Kawasaki Ninja 1000SX, passando pelas adventure touring como a BMW R1250GS Adventure. Cada modelo oferece uma abordagem específica para as viagens de longa distância.
Evolução das Motos Urbanas
As motos urbanas, também conhecidas como “city bikes” ou “commuters”, passaram por uma transformação notável desde os anos 1950 até os dias atuais, adaptando-se às necessidades dos motociclistas nas grandes cidades.
Nos anos 1950, as motos urbanas eram essencialmente versões mais leves e ágeis das motos padrão da época. No Brasil, a chegada da Monark em 1951, com seu motor inglês BSA de 125cm³, marcou o início da fabricação nacional de motos.
A década de 1960 viu o surgimento de modelos mais especializados para o uso urbano. A Honda Super Cub, lançada em 1958, tornou-se um fenômeno global, sendo até hoje a moto mais vendida do mundo. Com seu design simples e econômico é perfeita para as ruas congestionadas das cidades.
Nos anos 1970, o Brasil viveu uma revolução das duas rodas com a chegada da Honda CG 125 em 1976.
Esta moto, que se tornou um ícone nacional, era como um canivete suíço sobre rodas: versátil, confiável e econômica. A CG 125 se adaptou tão bem ao cenário urbano brasileiro que se tornou a líder de vendas por décadas, sendo até hoje uma das motos mais populares do país.
A década de 1980 trouxe inovações tecnológicas para as motos urbanas. A introdução de motores mais eficientes e suspensões mais sofisticadas melhorou o conforto e a dirigibilidade nas ruas esburacadas das cidades.
Nos anos 1990 e 2000, as motos urbanas se diversificaram. Surgiram as scooters modernas, como a Honda Lead, que ofereciam praticidade e facilidade de uso, especialmente para iniciantes. Ao mesmo tempo, modelos mais potentes como a Yamaha Fazer 250 ganharam espaço, oferecendo um equilíbrio entre desempenho e economia para os deslocamentos diários.
Chegando aos anos 2010 e 2020, as motos urbanas também incorporaram mais tecnologias. Modelos como a Honda CB 500F e a Yamaha MT-03 oferecem itens como freios ABS, injeção eletrônica e até conectividade com smartphones.
Hoje, as motos urbanas são mais diversificadas ainda. Desde as pequenas e ágeis scooters elétricas, ideais para curtas distâncias, até as naked bikes de média cilindrada, são capazes de enfrentar tanto o trânsito urbano quanto escapadas de fim de semana.
Marcas como Honda, Yamaha e BMW estão trazendo de volta modelos clássicos com tecnologia moderna, como a Honda Tornado e a Yamaha Ténéré, mesclando nostalgia com inovação.
A evolução das motos urbanas reflete as mudanças nas cidades e no estilo de vida dos motociclistas. De simples meios de transporte, elas se transformaram em expressões de personalidade e estilo de vida, oferecendo uma solução eficiente para os desafios da mobilidade urbana moderna.
E aí, se você vivesse no Século XVIII e visse o Conde de Sivrac andando em um celerífero, poderia imaginar que um dia chegaríamos onde estamos hoje?